2º Seminário Anual do projeto “Gestão de recursos naturais para proteção e desenvolvimento territorial na Amazônia Central” reuniu parceiros em Tefé

Publicado em:  4 de novembro de 2025

De 21 a 23 de outubro, o Instituto Mamirauá realizou em Tefé (AM) o 2º Seminário Anual de Avaliação e Planejamento do projeto “Gestão de recursos naturais para proteção e desenvolvimento territorial na Amazônia Central”. O evento aconteceu no Centro de Treinamento Irmão Falco e reuniu representantes do Instituto Mamirauá, do ICMBio e de associações comunitárias que atuam em unidades de conservação da região. 

O projeto, desenvolvido com apoio do Fundo Vale, atua em três Unidades de Conservação federais de uso sustentável, a Reserva Extrativista (RESEX) Auati-Paraná, a RESEX Baixo Juruá e a Floresta Nacional (Flona) de Tefé, fortalecendo a governança territorial, o manejo do pirarucu e a agroecologia como estratégias de conservação e geração de renda. 

Durante o seminário, os participantes apresentaram os resultados das ações realizadas entre novembro de 2024 e outubro de 2025, como cursos de associativismo, gerenciamento financeiro e metodologia de contagem de pirarucu, além de avanços no planejamento para a instalação de uma unidade flutuante de pré-beneficiamento do pirarucu. As apresentações foram acompanhadas por mesas-redondas com representantes das associações AAPA (Associação Agroextrativista do Auati-Paraná), ASTRUJ (Associação dos Trabalhadores Rurais de Juruá) e APAFE (Associação de Produtores Agroextrativistas da Flona de Tefé e Entorno), que compartilharam experiências e avaliaram os impactos do projeto em seus territórios. 

O encontro também contou com grupos de trabalho voltados ao planejamento das ações de 2026, nos quais as comunidades, o Instituto Mamirauá e o ICMBio definiram conjuntamente os desafios e prioridades para o novo ciclo de atividades, reforçando o caráter participativo e colaborativo da gestão do projeto. 

A coordenadora do projeto e do Programa de Manejo de Pesca do Instituto Mamirauá, Ana Cláudia Torres, fez um balanço positivo do seminário, destacando que o encontro marcou um momento importante de consolidação e aprendizado coletivo após dois anos de execução do projeto. Para ela, a troca de experiências entre as equipes e as organizações parceiras permitiu avaliar o impacto real das ações no território e aprimorar o planejamento das próximas etapas. Ana Cláudia ressaltou ainda que o projeto passou por uma ampliação de escopo, com a inclusão de atividades voltadas à agricultura familiar na Flona de Tefé, o que possibilitou integrar diferentes programas institucionais e trabalhar de forma articulada com duas cadeias produtivas: o pescado e os produtos agrícolas. 

“Com a mudança de escopo [do projeto], incluímos agora atividades ligadas à agricultura familiar na Flona Tefé, passando a trabalhar duas grandes cadeias produtivas: o pescado e os produtos da agricultura familiar. Isso ampliou o alcance do projeto e fortaleceu o vínculo com as comunidades.  

A cada ano, repactuamos compromissos e ajustamos estratégias, porque as realidades mudam. Essa flexibilidade que o seminário permitiu nos deu mais segurança para atuar junto aos grupos público-alvo do projeto.” 

O analista ambiental Lucas Lauretto, do ICMBio, ressaltou a importância da parceria institucional: 

“Esse projeto é fruto da parceria entre o ICMBio e o Fundo Vale, com execução do Instituto Mamirauá. Trabalhamos nas cadeias produtivas do pirarucu nas RESEXs Auati-Paraná e Baixo Juruá, e no manejo de agroecossistemas na Flona de Tefé. A importância desse projeto foi essencial para a melhoria da qualidade da produção do pirarucu e para a diversificação das cadeias produtivas. O ICMBio acompanhou de perto todas as estratégias técnicas e a execução do projeto para garantir que ele se adequasse a cada território. É fundamental que estejamos sempre presentes, enquanto gestores dessas unidades, acompanhando o que acontece no território.” 

O comunitário José de Oliveira Farias, da ASTRUJ, avaliou o impacto do projeto em sua região: 

“O projeto tem nos ajudado bastante. A questão da logística, como transportar o peixe do lago até a base do flutuante, nos favoreceu muito. Ele não ajuda só financeiramente, mas traz melhorias para as comunidades e para as famílias. O manejo do pirarucu nos fortaleceu, assim como o manejo agroflorestal. Vejo o projeto como um grande parceiro, que traz fortalecimento e desenvolvimento para nossas comunidades.” 

A iniciativa fez parte do esforço contínuo para fortalecer a gestão comunitária dos recursos naturais e ampliar as oportunidades econômicas sustentáveis nas várzeas e florestas da região do Médio Solimões. O projeto é financiado pelo Fundo Vale, que apoia ações voltadas à bioeconomia, à conservação e ao desenvolvimento sustentável na Amazônia. A execução é do Instituto Mamirauá, em parceria com o ICMBio e as associações comunitárias AAPA, ASTRUJ e APAFE. Juntas, essas instituições vêm consolidando um modelo de gestão participativa que alia conservação ambiental, autonomia comunitária e geração de renda para as populações ribeirinhas da Amazônia Central. 

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Texto e fotos: Julia A. Rantigueri

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